terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Um sorriso, uma lágrima

Porque não me livro deste "defeito"!
Continuo uma saudosista sem tratamento possível!

Hoje percorri as ruas da cidade da minha infância...
Aquela cidade, hoje bem maior, continua a ser tão familiar.

Ainda bem pequenina, de mão dada com a minha tia, a ida a Braga era para mim um dia de grande alegria.

Lá íamos, de manhã, de autocarro, seguindo para a consulta médica, já habitual e levavamos os docinhos dos Arcos, tão apreciados pelo Dr M.M.! A minha tia era doente dele há já vários anos e, infelizmente, tal era a frequência com que se viam naquelas andanças, já era quase da familia.

Eu, curiosa desde nascença, recordo-me de querer saber tudo e conhecer tudo. Lembro-me de cada cantinho daquele consultório.Para ele eu era a menina das trancinhas!

O resto do dia estava por nossa conta. Almoçavamos na "Veneza" e seguiamos em passeio pela rua do souto, o jardim de Sta Barbara...entrando nas lojas "obrigatórias". Lá para o final do dia era hora de passar pela farmácia do costume. Ainda me lembro de como a compra era demorada, intercalada com conversas, dos perfumes que aquele senhor simpático, de barbas, me oferecia assim como do "livro dos porquês" aos 8 anos, dada a minha fama de curiosa :)

Depois, era hora de regressar a casa. Não me esqueço do meu medo de perder aquele autocarro :)

Aos 12 anos estas viagens terminaram...

As idas a esta cidade mantiveram-se mas com uma frequência diferente e por outros motivos.

Cada vez que lá vou olho para a rua do consultório com nostalgia; continuo a adorar ir à veneza e percorrer as ruas desta cidade tão especial. À farmácia apenas lá voltei uma vez, sem me acusar, limitando-me a observar...

Hoje, a saudade bateu mais forte. Talvez por se aproximar o Natal, não sei...

Porque sempre que lá vou é impossível não me lembrar destas viagens!

Porque todos os dias me lembro de ti, do teu sorriso, do teu ar cansado, sofrido mas paciente e, apesar de tudo, feliz.
Continuo a ser a tua rosinha, como carinhosamente me tratavas, e continuo a precisar de caminhar de mão dada contigo.
Porque todos os dias me lembro de ti, caminhas comigo e sinto muito a tua falta...

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