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No Outono da vida, numa idade tão ternurenta, de alguém com tanto carinho para dar, tanto para ensinar, para partilhar...alguém que já deu tanto e que merece receber um carinho, um gesto, atenção, ouvir e ser ouvido...
São os velhinhos, amigos maduros, pessoas que, revendo o passado com gratidão
e abraçando o presente com serenidade, nos podem ajudar a vislumbrar o futuro!
Porquê, tantas vezes, tanta solidão?! Tanto abandono?!
"Parado e atento à raiva do silêncio
De um relógio partido e gasto pelo tempo
Estava um velho sentado no banco de um jardim
A recordar fragmentos do passado
Na telefonia tocava uma velha canção
E um jovem cantor falava na solidão
Que sabes tu do canto de estar só assim
Só e abandonado como o velho do jardim?
O olhar triste e cansado procurando alguém
E a gente passa ao seu lado a olhá-lo com desdém
Sabes eu acho que todos fogem de ti prá não ver
A imagem da solidão que irão viver
Quando forem como tu
Um velho sentado num jardim
Passam os dias e sentes que és um perdedor
Já não consegues saber o que tem ou não valor
O teu caminho parece estar mesmo a chegar ao fim
Para dares lugar a outro no teu banco do jardim"
Velho, Mafalda Veiga